Os anúncios afirmam que o produto ali estampado traz mordomias,bem-estar,forno autolimpante,pára-brisa com detector de chuva,mais conforto,mais status e,consequentemente,aumenta nosso acesso a algo imensurável: felicidade.
Mas as toneladas de antidepressivos engolidas por todo mundo no mundo todo provam inexoravelmente o contrário: viramos hamsters,sempre em ação,ansiosos por dar mais uma volta na roda,cada vez mais rápido,sem sair do lugar,nos cansando a troco de nada.
trabalhamos feito camelos no deserto,sempre ocupados e preocupados com o que pensam de nós,a promoção,o chefe sacana,a conta vencida,o idiota que quer nosso cargo. Para quê,exatamente? Morrer de câncer? Ganhar uma úlcera? Somar alguns milhares de reais e uma hérnia de disco? Para termos sucesso e sermos reconhecidos na rua? Para causarmos inveja?
KURT,MARILYN E ELVIS
Fama. Essa palavra que ganhou um tom quase deificado. Mas,por mais que me esforce,não entendo a correlação que corrobora a tese de que alguém famoso vale mais do que o atendente da padaria(veja só o que nos tornamos: valoramos uns aos outros como um saco de batatas fritas na prateleira). Se fama é passagem só de ida para a felicidade,por que raios o Kurt Cobain,a Marilyn Monroe,o Elvis Presley e tantos outros deram cabo de tal alegria imensurável? Porque,no fim das contas,no fim do dia,fãs histéricas gritando na porta do hotel,foto em capa de revista e aparecer na novela das 8 não dão colo,não fazem cafuné,não entendem suas tristezas,não dizem palavras que aquietam a mente. Em alguns momentos,não servem pra nada.
Às vezes,acho que o mundo seria um lugar bem mais aprazível se as pessoas coçassem mais o saco,tivessem tempo livre suficiente para chegar à conclusão de que a única coisa que realmente importa é a ausência de agonia,essa companheira tão presente ultimamente e que insiste em não ir embora. #
POR Ailin Aleixo
Pensemos nisso....
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